Estou no voo 2411 da Empresa XPTO, indo de BH para SP para o aniversário da minha enteadinha, com meu computador no colo, meio sem jeito, um pouco torta, mas não podia deixar de registrar esse momento. Se deixasse para depois, talvez eu esquecesse da sensação, como geralmente fazemos. Esquecemos de pequenas coisas, pequenos bons momentos que acontecem em nossos dias.

Meu voo era às 9:30 da manhã, mas em função da confusão nas estradas, aeroportos e tudo mais (por causa da greve), decidi chegar mais cedo em Confins.

Cheguei por volta das 07:15 e para minha surpresa, consegui embarcar no voo das 8h.
Sempre escolho corredor nos meus voos, por achar mais prático e mais rápido. Ocorre que hoje, na pressa de trocar o voo, nem me toquei quanto ao lugar. Eu queria chegar em SP, esse era o foco. Quando entrei no avião, percebi que colocaram na janela. A princípio, torci o nariz e pensei, puxa não lembrei de pedir corredor (como se eu estivesse em condições de pedir alguma coisa, enquanto muitos voos estavam sendo cancelados). Mas enfim, eu pensei!

Tudo bem, era o que eu tinha para hoje e a minha uma hora já estava planejada. Sabia o que iria ler e no que iria trabalhar.

Mas ai, algo aconteceu! Após a decolagem, eu dei uma espiadinha pela janela e durante alguns minutos fiquei olhando. E como há muito tempo não fazia, olhei direito. E fiquei extasiada com o que estava vendo. Como há muito não fazia, eu contemplei! Sem pensar em nada, apenas apreciei. E enquanto escrevo aqui, vez ou outra sou chamada a olhar pela janelinha. Por que o azul é tão azul…mas não é um único azul. São várias tonalidades. Tem vários tons. É um degradê de azuis. As nuvens são como espuma, às vezes são como areia, às vezes como algodão. E o sol iluminando as nuvens, o céu. Um espetáculo da vida, diante dos meus olhos. Aliás, diante dos olhos de todos os passageiros que estão nesse voo.

Mas me pergunto, quantos devem estar contemplando como eu? Por que perdi as contas de quantas vezes fui para SP e não parei para dar essa tal espiadinha. Não sei todos os passageiros, mas os que estão ao meu lado, à minha frente e até atrás de mim (sim, virei para checar, rs), todos sem exceção, estão vidrados em seus celulares, livros ou algo do gênero. Ahhh, dois estavam dormindo (o que é bom também!).

Por isso resolvi escrever esse artigo, pois refleti que estou parando pouco para viver o AGORA. Estou parando pouco para apreciar a vida, sem uma cachoeira de pensamentos inundando minha mente, sem pensar no próximo passo, sem pensar em planejar. Estou parando pouco para apenas apreciar. Estou parando pouco para sentir, em plenitude, a sensação de pertencer a algo maior.

Apesar de ser Coach e aprender todos os dias sobre esse assunto, na prática estou aquém do que aprendo.

Hoje eu lembrei, por que as crianças brigam pela janelinha. É por que é muito bom. É um lugar delicioso e as crianças são sábias nesse quesito. Sabem aproveitar. Sabem se divertir. Sabem viver o presente. Por que será que “emburrecemos” tanto, heim?

E nesse momento a comissária está me pedindo para desligar o computador, por que estamos quase chegando. Como???? Nãaaaaooooo, quero ficar aqui, me deixem com esse céu, com essa sensação. Mas lembrando que estou fazendo birra, lembro dos amores que me esperam em SP e vou tratar logo de desligar esse computador, por que certamente terei novas boas sensações quando chegar (se eu tiver olhos para ver…). Volto quando estiver em solo. Enquanto isso, compartilho com vocês, o que estou apreciando aqui de cima…

Categorias: Comportamento

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